Quando alguém nos deixa, há um período de conflito de emoções, não sabemos porque somos nós a perder, não sabemos porque ainda estamos ligados ao que perdemos, há mesmo quem passe por um processo de raiva contra o "outro", mas disso eu não sofri.
Quando continuamos a amar quem nos deixou, tudo o que temos e por algum motivo nos ligava a esse alguém despoleta em nós uma contínua dor, que desencadeia outra dor, questionamos o que somos e que raio é que vamos fazer a seguir. Por puro masoquismo mantemos as coisas no seu lugar, na esperança de que tudo seja apenas um sonho mau, de um Morfeu Monstruoso que se apoderou da nossa vida por momentos, como se ele se fosse cansar de nos atormentar.
Mas hoje eu deitei as "memórias" físicas fora, não os objectos que continuam a ter utilidade, a caneca passou a ser apenas uma caneca, Watership Down continua a ser mais um livro, mas fotografias foram-se, os bilhetes de autocarro, os postais de dias comemorativos, a carta da irmã dele, enfim coisas mais que personalizadas.
Continua a dar um aperto no coração quando ainda amamos quem não nos ama mais, mas não nos resta muito mais a fazer...
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