quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Uma tótó das letras

           Falar bem é dever e direito de todos!!! Quando uma pessoa nos corrige, fonética ou semanticamente ou mesmo de algum aspecto do domínio da nossa língua, devemos agradecer, e não ficar importunados com suposta intromissão.

            Amo a minha língua mãe, pela sua complexidade; não tenho qualquer pretensão em ser catedrática em Letras ou Literatura, sou o que muitos são para a economia, ou mesmo para o futebol, treinadores ou economistas de bancada. E a culpa foi do meu pai, sempre zelou para que lesse, e que descobrisse um novo vocábulo, incentivava-me para que fosse ao dicionário. 
         
           Quando era mais nova (mais nova ainda) tinha um caderno de formato A5 que recortei de três em três linhas na borda de cada folha, de modo a fazer o meu próprio dicionário. A ideia foi do meu pai, a primeira folha tinha A, B e C; e as precedentes eram de igual modo agrupadas de três em três letras. O meu dicionário customizado foi enriquecendo em tamanho e complexidade. Agora tenho em dois volumes o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciência de Lisboa, que albergo na estante perto do meu quarto, ainda mantendo a caixinha de cartão em que vinha envolta, e a folha que separa os dois volumes.



           O fascínio que tenho pela Língua, faz-me ser apelidada de "Tem a mania que é professora", mas tem o seu lado positivo, fez-me mais selectiva no que leio, não que seja uma aficionada da leitura mas de algum modo sinérgico de ocupar o meu tempo lendo o que é indispensável e útil. Claro que cometo as minhas gafes de vez em quando.... Conformo-me, desculpando a minha falta de conhecimento ao não abarcar no "meu pequeno dicionário" com o vocábulo prodigalizar que significa dar ou distribuir alguma coisa em abundância, dar com confusão, ser pródigo em alguma coisa, expor ou expor-se correndo risco... não é complexo? 
         
              Há palavras, que conheço que não têm alguma aplicação prática no meu quotidiano, vejamos Tagarino para ser sincera não me recordo em que contexto a vislumbrei, mas calculo que tenha sido num romance histórico ( tanto leio o "Nem ao Bispo me confesso" como vejo o "007"). Ora Tagarino é um mouro nascido em Espanha no meio de cristãos que por sua vez fala correctamente castelhano... entre outros significados (como não poderia deixar de ser), quem é que à primeira ia supor tal coisa? 

                Agora todos sabemos falar Inglês, arranhamos o Portuguenhol, falamos russo e andamos a aprender mandarim para fim profissionais, mas a nossa língua? Sabemos o suficiente dela?

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