sábado, 3 de abril de 2010

Boicote

            Tenho uma amiga que me diz com alguma frequência: "Boicote é tão anos 90", acho alguma piada e dou-lhe alguma razão, actualmente são poucas as pessoas (que conheço) que se recusem a consumir algo em função de alguma causa, como uma camisa de logo se vestisse com convicção : " Eu não acredito nos vossos produtos".
                                                       

 

             Consomesse desalmadamente olhando, quase em exclusivo, ao preço ou ao estatuto que a coisa dá, como se não houvesse amanhã. O consumo de hoje, é reflexo da individualidade de hoje e amanhã.

           O meu boicote não terá grande impacto numa Unilever, L'Oreal, Sara Lee Douwe Egberts,  e demais marcas, mas tem em mim como forma de coerência ao não comprar produtos fruto de processos que a meu ver são menos éticos. Ao fim e ao cabo, o capitalismo continuará a existir, sem avançarmos mais na destruição ambiental, com todas as alternativas que fomos descobrindo. Não é necessário a exploração animal para testes de produtos alimentares e de higiene.

            Sinto repulsa ao ver o que se faz aos pobres dos animais para se extrair componentes, ao testar produtos, a mim pouco me interessa a quantidade de champô que mata um coelho, e se o mesmo lhe faz alergia, é estúpido; se as reacções dentro da mesma espécie são relevantes, vejamos o que acontece nos medicamentos, a reacção de caucasiano a um medicamento é diferente de um asiático, e são todos humanos, qual a relevância de testar entre espécies que justifique actos bárbaros que se praticam. 

            Também vivo numa corrida ao 560 no inicio dos código de barras, mantendo proteccionismo nacionalista no acto da minha compra. Ora se acredito na recuperação da economia nacional, compro de acordo com as minhas convicções, não são como os demais que dizem vezes repetidas: "São os chineses que f*** esta m**** toda" e depois correm para as lojinhas de chineses para comprar até sabonetes. Também sou fã de produtos adquiridos pelo comércio justo, pensa só conhecer uma marca no mercado.

            Por isso espero com este post que mais pessoas pensem que a compra de hoje está a afectar alguém, economicamente, eticamente, ... pensem no que compram, perguntem de onde vem, como se faz, como se transporta... pensem ao comprar


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