Actualmente, e com a quantidade e (pouca) qualidade de informação que corre em frente dos nossos pouco selectivos olhos, todos vamos tendo uma opinião sobre o que pensamos dos mais diversos assuntos, mesmo que sejam assuntos tão ridículos como o que as vedetas ou pseudo vedetas levam vestido na noite dos globo de ouro, passando pelo livro "Caim" do Saramago (que eu aposto que nem metade dos que falam do livro, o leram de facto).
(Eu tenho o "Caim", aliás foi o meu pai que o comprou, e o livro lá anda por casa basicamente pela polémica que andava pelas bocas dos comentadores de canais generalistas, rádios, e jornais, mas lê-lo ainda ninguém o leio)
Falta alguma credibilidade aos comentadores que nos entram em casa, seja por via audiovisual, que pela imprensa escrita (confesso que não sou muito adepta de rádio). Lembro-me aqui há uns tempos quando Cristiano Ronaldo foi transferido para o Real Madrid, acontecimento esse que ocupou tempo de antena á SIC generalista, o jornalista perguntava a um profissional de marketing se era possível mensurar o valor da marca Cristiano Ronaldo, ao que este responde de maneira pouco conclusiva, e remetendo para o facto de que já existia um sistema operativo que o faz, ora isto para o telespectador mais atento traduz-se em, resumidamente, nada.
Há conversas de café (como esta que tenho com os meus leitores) em que quase tudo é permitido, pelo facto de que dou opiniões ligeiras do que me vai interessando, tendo em conta que sou mais uma a opinar. Mas penso que as pessoas que tem mais alguma visibilidade no panorama social, deviam redimir-se á sua área, a factos que realmente dominam, a abrir a boca só quando têm certeza sobre o que estão a dizer.
A legitimidade do que dizemos está no que sabemos, no que somos pessoal ou profissionalmente. Não podemos ser todos economistas, assistentes sociais, (falsos) ecologistas, júris dos ídolos (lol), críticos literários, linguistas, etc.
A vida dá-nos a nossa verdadeira legitimidade, para cuidar dos nossos interesses políticos e sociais, e intervimos quando é legitimo faze-lo, assim como o modo de legitimar a nossa indignação, o nosso contentamento. A vida é muito mais rica do que qualquer lei ou norma de operar com os nossos demais semelhantes, mas as mesmas também já estão mais de acordo com o que somos do que aqui há uns tempos atrás.
Por isso meus caros falem quando precisem, do que realmente interessa e da maneira que todos os que podem fazer alguma coisa por vós oiçam.
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