sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ódios de estimação

            Hoje, como um grito do Ipiranga se tratasse, cá estou a denunciar os meus ódios de estimação, daqueles que gostamos de vestir o rótulo, como por exemplo, eu odeio plástico (o que é mentira, é mais uma relação antagónica de amor e ódio). O ódio de estimação é um culto, quase uma arte de angariar fundamentos para que o mesmo seja socialmente aceitável.
           Tenho de esclarecer, antes de mais que não sou uma pessoa recalcada, não vivo o fervor de apoiar ou desmoralizar nenhum club de futebol, não sou declaradamente partidária, tenho as minhas convicções, vivo como penso ser correcto mas não ando a fazer das minhas ideias bandeira em demonstrações públicas de ódio/ afecto, ou em discussões calorosas. Também não sou uma coisinha amorfa sem reacção, sou mais do género vive e deixa viver. Cada um que pense por si, mas se é para terem comentários que não aceitam a diferença: CALEM-SE.
           Deparo-me que os meus ódios sociais abrangem sempre os que prejudicam os outros (isto parece um mero cinismo do politicamente correcto, mas é verdade), vejamos: eu não gosto de vendedores ambulantes, penso que comprei raras vezes em feiras (pares de meias??), não compro coisas contrafeitas ( e por favor, não mas dêem) , e apesar de não ser financeiramente muito abonada não compro coisas que considero estarem subvalorizadas, até porque depois desconfio da sua qualidade, e isso exclui como é óbvio as típicas lojas do chinês.
          Também tenho uma aversão carinhosa por aquelas pessoas que estão tão importadas com o estado menos favorável das coisas mas que em nada contribuem para a sua melhoria e com sorte ate atrapalham, vejamos, pessoas que falam da crise eloquentemente e depois fogem dos impostos, comprar sem qualquer consciência, consomem desnecessariamente,... Os meus favoritos ainda conseguem ser os falsos ambientalistas, gente que fala das alterações do clima, e que daqui por amanhã vamos todos estar extintos, e depois não reciclam, vestem roupa que não sabem a sua origem nem a politica de tratamento de resíduos das fábricas de onde vem, adoram coisas importadas...
         Não partilho de nenhum fervor por personalidade alguma, não sou "inimiga de culto", "desmoralizadora social" de nenhum Castelo Branco, Cristiano Ronaldo, Pinto da Costa, e demais conhecidos. O que fazem é puro show off, marketing pessoal, o saber vender-se da maneira que nos fique a todos na memória quer pela positiva, quer pela negativa.
       No que toca a características pessoais, desgosto das que vejo mais de perto, as que os nossos amigos têm mesmo que nós gostemos muito deles. Eu não gosto do mal dizer, só por dizer, dizer mal de quem já não se vai por defender e não há qualquer propósito em ofende-los. Resumindo qualquer acção que não surta qualquer tipo de contributo palpável, e isso não inclui o interesse pessoal.
       Odeio os vícios dos outros, alcool, drogas, jogo, coleccionar coisas (que considero um pouco redutor da condição humana, a menos que se coleccione itens de real valor), da Internet, compras, comida, sexo,...

Libertador dizer eu não gosto, eu odeio

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